domingo, 22 de julho de 2012

“Ele era um grande líder”: afirma irmã de Galdino Pataxó

     Yaranauy Pataxó, irmã do índio Galdino Pataxó, morto em Brasília há 12 anos, após ser queimado por jovens da classe média, filhos de autoridades, que alegaram em sua defesa terem pensado se tratar de um mendigo (como se isto fosse coerente) esteve presente no VI Nordestão de CEB’s e relatou todo o sofrimento pelo qual sua família passou durante aquele episódio. Inicialmente, ela cantou um “mantra”, depois falou de seu irmão, adjetivando-o de grande líder, dono de uma sabedoria que ela atribui a um dom de Deus. Yaranauy Pataxó se emocionou ao falar da terra conquistada em um território que compreende terras nos municípios de Camacan, Pau-Brasil e Itajú do Colônia totalizando 54 mil km², dizendo ser o legado de Galdino para seu povo que doou sangue pela vida, além de outras 21 lideranças torturadas e mortas com requintes de crueldade. Yaranauy lembrou também das três filhas de Galdino, hoje adolescentes e que eram crianças quando ele morreu e de todo o sofrimento enfrentado por perder seu pai ainda pequenas. Ela afirmou não ter raiva dos executores de seu irmão, inclusive desejando um futuro bom para eles em um mundo justo, como o idealizado por seu povo. Creditou a Deus o fato de Galdino ter sobrevivido até a família chegar a Brasília, pois ele foi queimado no dia 19 de abril de 1997 e somente veio à óbito quando seus pais o encontraram no hospital no dia 21 de abril e ainda denunciou a FUNAI e o Governo Federal por tentar esconder o incidente. Yaranauy lamentou ainda a perda dos pais que faleceram, segundo ela, de depressão, após o incidente.
     Este relato nos faz refletir: Quantos índios, pobres e sem terra, irão morrer para que haja a partilha da terra de forma justa e igualitária em nosso país?

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